Você já ouviu falar sobre algumas das descobertas que revolucionam o tratamento do câncer? Em 2018, o prêmio Nobel da Medicina foi para uma dupla que estuda há mais de 20 anos novas maneiras de tratar o câncer, de forma menos invasiva e agressiva. O americano James Allison e o japonês Tasuku Honjo dedicaram todo esse tempo a estudar novos mecanismos para tratar a doença.

A imunoterapia já é uma realidade nos tratamentos, e você pode ler sobre o assunto neste artigo. A dupla de médicos aprofundou o que já existe sobre o assunto, possibilitando novidades promissoras para quem está na luta contra o câncer.

A evolução dos estudos

As tentativas de usar as células de defesa do organismo contra o câncer não são uma novidade. Há pelo menos 100 anos, os estudiosos da área buscam tratamentos mais eficazes contra a doença. Os progressos nessa área ainda eram modestos até os estudos da dupla de médicos, a partir dos anos 1990.

Desde então, novas terapias puderam ser descobertas e aplicadas em pacientes com câncer. Os inibidores de checagem imunológica são frutos das novas tecnologias que vão mudar a forma como o câncer é tratado.

James Alisson, atualmente, é professor do Centro de Câncer MD Anderson da Unidade do Texas. Os estudos do americano iniciaram com a proteína chamada CTLA-4 no início dos anos 1990. Essa proteína fica na superfície das células T, uma das principais do sistema imunológico. Essa substância se  comporta como um freio de sua ação, impedindo que as células de defesa desencadeiem reações exageradas e acabe prejudicando o organismo.

Quando a CTLA-4 foi descoberta, o foco dos trabalhos era procurar mecanismos contra as doenças autoimunes. Mas, Alisson percebeu o potencial para tratar o câncer. Ao criar um anticorpo com capacidade para bloquear as funções da proteína, provou a possibilidade de retirar o freio e deixar que ataque as células do tumor.

Já o seu colega japonês Honjo, professor da Universidade de Kyoto, descobriu uma segunda proteína na superfície das células T, chamada de PD-I, presente com a função de diferenciar quais células devem ou não ser atacadas. Ocorre que células de diversos tipos de câncer enganam a PD-I e, portanto, não são atacadas por ela, espalhando-se livremente pelo organismo.

Portanto, as duas estratégias de tratamento hoje são consideradas as mais eficazes. Os efeitos positivos aparecem para tratar diferentes tipos de câncer. Atualmente, estudos clínicos mostram também que uma terapia combinada entre a potencialização das proteínas CTLA-4 e PD-I, pode ser bastante eficiente em casos como o do melanoma.

O estudo abriu portas para que novas terapias de checagem imunológica possam ser desenvolvidas. Esta é uma excelente notícia para a medicina de forma geral!

Espero que meu artigo tenha esclarecido suas dúvidas sobre algumas das descobertas que revolucionaram o tratamento do câncer.

Até a próxima!

Dra. Alessandra Morelle